Animais e pessoas sofrem com seca enquanto cisternas ficam amontoadas

10/10/2013 19:22
Problema da seca foi tema de reportagem do Jornal Nacional desta quarta.
Governo prometeu que cisternas vão ser distribuídas a partir de novembro.

Com a seca do Lagoão, a lama cobriu diversas tartarugas (Foto: Clifton Morais / TV Anhanguera)

A seca que castiga 27 municípios do Tocantins foi tema de uma reportagem exibida nesta quarta-feira (9) no Jornal Nacional. A agonia dos botos, de milhares de tartarugas e da população que vive no Estado também foi relatada há alguns dias no G1 Tocantins.

Em Formoso do Araguaia, a 323 km de Palmas, o Ibama resgatou, no mês passado, 14 botos que estavam encalhados. Após 20 dias, representantes dos órgãos ambientais precisaram retornar à região para salvar milhares de tartarugas. Elas estavam em um lugar conhecido como Lagoão, onde desagua o rio Formoso, mas que por causa da seca se tornou uma poça de lama. As mais de 5 mil tartarugas tiveram que ser levadas para um ponto do rio Formoso, a 30 km do local.

Além de tartarugas, os profissionais também recolheram um jacaré. Segundo moradores do local, normalmente o Lagoão chega a medir 150 alqueires, o que equivale a cerca de 960 campos de futebol, mas hoje só resta lama em um pequeno espaço e carcaças de peixes, jacarés e tartarugas que morreram antes de serem resgatados.

Em Paranã, a 393 km da capital, os vaqueiros se embrenham na mata à procura do gado. A sede tem castigado os animais. Nos lugares mais distantes caminhões levam água a 57 mil pessoas.

O programa do governo do Tocantins, que pretendia distribuir cisternas em municípios do estado ainda não foi colocado em prática. A ideia é que os 11 mil reservatórios recolham as águas das chuvas, mas em Arraias, as cirsternas estão amontoadas no pátio do sindicato rural. Os reservatórios custaram ao governo do Tocantins e ao Ministério da Integração Nacional quase R$ 70 milhões.

O diretor da Agência Tocantinense de Saneamento (ATS) garante que as cisternas serão instaladas em breve e que ninguém vai ficar sem água. "Aqueles que vierem a receber após o período da chuva, eles receberão as cisternas cheias. Trataremos esta água e deixaremos as cisternas cheias durante este período da estiagem para estas furutas famílias", disse o diretor da ATS, Péricles de Andrade Alves, em entrevista ao Jornal Nacional.

No início do projeto, o governo do Tocantins prometeu entregar as cisternas em abril deste ano, mas a população ainda não recebeu os reservatórios. Agora, o Estado se comprometeu a iniciar a distribuição a partir de novembro.

Fonte: G1