Cameron diz que Síria é um impasse
O premiê britânico, David Cameron, afirmou ontem, 21, em entrevista à emissora BBC, que o ditador sírio, Bashar al Assad, fortaleceu a sua posição nos últimos meses e descreveu a situação no país como "impasse". O primeiro-ministro também deixou claro que, ao menos por enquanto, não pretende enviar armas aos rebeldes sírios - a principal reivindicação deles.
Forças contrárias a Assad preparam bombas caseiras. Os conflitos com o regime já duram 28 meses e deixaram mais de 100 mil mortos, segundo o OSDH FOTO: REUTERS
"Temos problemas com uma parte da oposição que é extremista, e não deveríamos nos envolver com ela. Deveríamos, sim, negociar com nossos parceiros internacionais para ajudar os milhões de sírios que querem uma Síria livre e democrática", acrescentou Cameron.
Na semana passada, o Reino Unido anunciou o envio aos rebeldes sírios de 5 mil máscaras antigás para proteger contra o eventual uso de armas químicas, entre outros equipamentos.
Violência
Dezoito pessoas morreram ontem, em bombardeio contra a cidade de Ariha, noroeste da Síria, por parte das forças do regime de Bashar al Assad, anunciou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), ONG baseada em Londres ligada aos rebeldes sírios, que lutam há mais de dois anos para depôr o regime de Bashar.
Dezenas de pessoas também ficaram feridas no ataque, que atingiu todo o mercado central da cidade. As forças governamentais abriram fogo a partir da periferia. Os confrontos em Ariha começaram no meio da semana, quando as forças rebeldes lançaram uma ofensiva para ampliar o controle da cidade.
Mais cedo, ainda neste domingo, o OSDH informou que os corpos de 13 membros de uma mesma família, entre eles seis crianças, foram encontrados em sua casa em Baida, um localidade da costa síria. Conforme o OSDH, as vítimas foram executadas pelas forças do regime de Damasco. Além dos seis menores, quatro mulheres e três homens morreram. Já na noite de sábado, a cidade foi cenário de enfrentamentos entre os rebeldes e os soldados do regime, nos quais morreram três membros das forças governamentais e dois insurgentes.
A ONG também informou que intensos combates vinham sendo travados perto do aeroporto internacional de Aleppo. Próximo a Damasco, um oficial da Guarda Republicana morreu nos combates contra os rebeldes. Segundo balanço diário da OSDH, mais de 100 mil pessoas morreram em 28 meses de guerra na Síria. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), este número chega a 93 mil pessoas.
Declaração
"Deveríamos negociar com nossos parceiros internacionais para ajudar os milhões de sírios que querem uma Síria livre"
David Cameron,
Orimeiro-ministro britânico
Fonte.: diariodonordeste