Os crimes de guerra e contra a humanidade se tornaram uma "realidade cotidiana" no território sírio, denunciou nesta terça-feira (4) a comissão de investigação da ONU sobre o país, que cita em particular a suspeita de uso de armas químicas, os massacres e o uso da tortura.
A comissão de investigação, em seu relatório mais recente ao Conselho de Direitos Humanos, considera que "há motivos razoáveis para pensar que fora usadas quantidades limitadas de produtos químicos".
Os investigadores citam quatro casos nos quais teriam sido usados agentes químicos: em 19 de março em Khan al-Assal, nas imediações de Aleppo, no mesmo dia em Uteibah, perto de Damasco, em 13 de abril no bairro de Sheikh Maqsud de Aleppo e em 29 de abril na cidade de Saraqeb.
Até o momento as investigações não permitiram identificar o tipo de substância química nem os sistemas de armas usados ou quem utilizou os mesmos.
"Outros incidentes também são objetos de investigação", destaca o relatório, que inclui o período de 15 de janeiro a 15 de maio.
A guerra civil que toma a Síria desde fevereiro de 2011 já deixou mais de 94 mil mortos, além de provocar uma crise humanitária e de refugiados na região. EUA e Rússia tentam articular uma conferência de paz entre o presidente Bashar al-Assad e a coalizão rebelde que tenta derrubá-lo.