Dilma se reúne com chanceler para debater viagem aos EUA

16/09/2013 08:51

A presidente Dilma Rousseff deverá se reunir nesta terça-feira com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, para avaliar a resposta dos Estados Unidos sobre a espionagem da agência americana de segurança a brasileiros, e bater o martelo em relação à visita de Estado a Washington. A tendência, neste momento, é que Dilma cancele a viagem, marcada para o dia 23 de outubro, porque a resposta americana não agradou ao Palácio do Planalto.

Há cerca de 15 dias, Dilma já havia cancelado a missão do Itamaraty e do Planalto que iria aos Estados Unidos preparar a viagem. Chamada de precursora, define todos os detalhes da viagem: os locais que a presidente visitará são vistoriados, e são fechados encontros e reuniões com equipes de cerimoniais, formadas por assessores que são diplomatas.

A presidente ficou ainda mais irritada com a espionagem, depois que vazaram informações de que ela própria e a Petrobras também tiveram comunicações monitoradas. Na Rússia, onde participou da reunião do G-20, a presidente se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que prometeu dar esclarecimentos sobre o assunto.

Figueiredo se reuniu em Washington, na semana passada, com a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice, e fará um relato completo da conversa para a presidente. O chanceler estará hoje em Brasília, mas Dilma cumprirá agenda no Rio Grande do Sul e só voltará à capital no fim da tarde, para uma reunião do Comitê Gestor da Internet no Brasil.

Na conversa com Obama, segundo Dilma, o presidente assumiu a responsabilidade direta pelo esclarecimento dos fatos e prometeu sugerir medidas para resolver o problema em comum acordo com o Brasil. A presidente pediu informações oficiais porque não gostaria de saber pelos jornais que foi espionada.

O esquema de espionagem foi revelado em documentos vazados pelo ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA) Edward Snowden.

Na próxima semana, Dilma irá a Nova York para a Assembleia Geral das Nações Unidas. No discurso de abertura, condenará a ação da NSA e dirá que a espionagem no Brasil teve motivação econômica e não de combate ao terrorismo. Ela destacará que o Brasil não é um país envolvido em atos de terrorismo nem abriga terroristas.

A nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, chega nesta segunda-feira a Brasília e deve fazer uma declaração aos jornalistas. Antes, porém, passará por uma sala do Itamaraty instalada no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck, onde deverá ser recebida pelo pessoal do Ministério das Relações Exteriores. Diante do clima pouco amistoso na relação entre Brasil e Estados Unidos, essa recepção não deve se estender por muito tempo.

Fonte: Yahoo


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