Egito ordena à polícia pôr fim a acampamentos de protestos pró-Morsi
O governo egípcio apoiado pelo Exército ordenou que a polícia acabe com os acampamentos de protesto de partidários do presidente deposto Mohammed Morsi, dizendo que eles representam uma "ameaça inaceitável" à segurança nacional.
Em uma medida paralela, três líderes graduados da Irmandade Muçulmana , de Morsi, foram remetidos à Justiça sob acusações de incitar a violência.
A ministra da Informação Dorreya Sharaf el-Din disse em um pronunciamento televisionado nesta quarta-feira que a polícia porá fim às manifestações "dentro da lei e da Constituição". "O gabinete ministerial decidiu tomar todas as medidas necessárias para confrontar esses riscos e acabar com eles", disse. Previamente, o governo interino havia alertado que qualquer violação da lei seria abordada de forma "firme".
Apesar de não ter sido apresentado um cronograma, os comentários apontam para uma possível medida iminente para desmontar os dois principais protestos pró-Morsi no Cairo. Na semana passada, milhões de egípcios saíram às ruas atendendo a um chamado do chefe do Exército egípcio, Abdel-Fattah el-Sissi, que pediu um mandato popular para lidar com a violência e o "potencial terrorismo" .
Morsi foi deposto pelo Exército em 3 de julho depois de protestos em massa pedindo sua renúncia. Desde então, seus partidários mantêm acampamentos reivindicando sua volta ao poder, com o argumento de que sua deposição foi um golpe, apesar de confrontos mortais com as forças de segurança.
Os principais acampamentos de protesto estão localizado perto da mesquita Rabaa al-Adawiya, no nordeste da capital, onde choques fatais deixaram mais de 70 mortos no sábado, e na Praça Nahda perto do principal campus da Universidade do Cairo. Desde a deposição, a violência deixou mais de 260 mortos no país.
"A continuidade dessa situação perigosa nas praças Rabaa al-Adawiya e Nahda, e os consequentes terrorismo e bloqueios de rua, não são mais aceitáveis dada a ameaça à segurança nacional", afirmou a ministra.
Também nesta quarta, os promotores egípcios remeteram o líder foragido da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie , seu vice, Khairat al-Shater, e o líder graduado Rashad Bayoum a julgamento sob alegações de incitar a morte ao menos oito manifestantes do lado de fora da sede da Irmandade Muçulmana no Cairo na noite de 30 de junho e na madrugada do dia seguinte. Nenhuma data foi anunciada para o julgamento, que ocorrerá perante uma corte criminal.