Embaixador fala sobre decisão de trazer senador boliviano para o Brasil

26/08/2013 00:20
O repórter Carlos de Lannoy entrevistou, com exclusividade, o diplomata brasileiro Eduardo Sabóia, que tomou a decisão de trazer o senador.

Neste domingo (25), o Fantástico mostrou que um senador boliviano que estava asilado há mais de um ano na representação brasileira em La Paz, foi levado em um carro da embaixada até Mato Grosso do Sul. Isso foi feito sem autorização do governo da Bolívia, que já pediu explicações ao Brasil.

Em nota divulgada mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que só soube no sábado (24) da chegada do senador boliviano e que vai abrir um inquérito para investigar o caso.

Em Campinas, o repórter Carlos de Lannoy entrevistou, com exclusividade, o diplomata brasileiro Eduardo Sabóia, que tomou a decisão de trazer o senador boliviano.

Fantástico: Assim que o senhor chegou ao Brasil com o senador boliviano, houve um acordo com o Itamaraty para que o senhor não falasse?

Eduardo Sabóia: Sim, houve um pedido. Eu passei o dia inteiro no hotel, quieto. Só que o Itamaraty soltou uma nota mencionando o meu nome, então eu decidi também falar com a imprensa e dizer que eu tomei a decisão de conduzir essa operação porque havia um risco iminente à vida e a dignidade de uma pessoa. O senador Roger Pinto, que passou 452 dias num cubículo ao lado da minha sala de trabalho.

Fantástico: Quais eram os riscos que o senador estava sofrendo dentro da embaixada?

Eduardo Sabóia: Havia uma violação constante, crônica de direitos humanos porque não havia perspectiva de saída, não havia uma verdadeira negociação em curso. E ele obviamente tinha um problema de depressão que estava se agravando. Tivemos que chamar um médico. Ele começou a falar de suicídio e dizia constantemente que queria que tirássemos ele de lá e os advogados dele também dizendo isso. E um quadro que podia degenerar ou em um suicídio ou em risco também para as pessoas que trabalham na embaixada. Eu me sentia como se eu tivesse o DOI CODI ao lado da minha sala de trabalho. É um confinamento prolongado sem perspectivas e sem um verdadeiro emprenho para solucionar.  Eu estive em Brasília duas vezes dizendo: 'olha, a situação está ruim'. Inclusive eu pedi para sair de La Paz porque eu disse: 'eu não vou compactuar com essa situação que atenta à dignidade humana'.

A assessoria de imprensa do Itamaraty afirmou que o Ministério não irá comentar as declarações do diplomata Eduardo Sabóia.

Fonte: Fantastico

 


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