Fechamento de igreja e invasão a casamento irritam deputado, que promete mover ação contra os fiscais

A polêmica sobre o fechamento da igreja evangélica Missão Vida Nova, situada no Setor Santa Helena, e que aconteceu ainda no mês passado e também a invasão a um casamento evangélico em clube particular, está longe de acabar. Agora, tudo indica que o fogo da discussão vai arder ainda mais, com a vinda do deputado Eli Borges a Araguaína, no dia 31 deste mês, conforme o Portal O Norte apurou junto ao parlamentar.
Em recente pronunciamento do deputado na Tribuna da Assembleia Legislativa, e que se espalhou pelas redes sociais, Eli Borges disse que está indignado com a atitude do prefeito Ronaldo Dimas e dos fiscais do Departamento de Posturas, Tributos, Fiscalização Sanitária, além do Conselho Tutelar e Polícia Militar, que interditaram a igreja e, recentemente, invadiram com um forte aparato policial um casamento evangélico que acontecia no Espaço Acqua, localizado no bairro Eldorado.
Pronunciamento
Em seu discurso, através de um vídeo que circula nas redes sociais, intitulado "Todos que Amam a Igreja de Jesus", Eli Borges mostra indignação com o caso. “No casamento, onde não havia nada de anormal, aconteceu uma invasão (...) Entraram os dez soldados fortemente armados com os fiscais, constrangeram todos os noivos, familiares e convidados que foram embora(...) Já está havendo uma onda de incompreensão do gestor(...) O barulho que a igreja faz promove vida, esperança, recupera o dependente químico; o barulho que a igreja faz é o barulho que a sociedade precisa ouvir”.
Eli Borges, no pronunciamento diz ainda: ) O que está acontecendo em Araguaína? Qual era a intenção daqueles fiscais? Por que dez policiais entraram num ambiente fechado sem ordem judicial? Estou ligando para o pastor pra ver se ele me permite mover uma ação contra os que praticaram esse ato indecente, incoerente e desrespeitoso contra uma instituição que só promove o bem, a vida, a paz e que ajuda os governos a custo zero a tirar pessoas drogadas e alcoolizadas das ruas e devolvendo à sociedade. Seu prefeito, entenda isso, respeita a liberdade religiosa garantida pela Constituição Federal; que mania é essa de se sentir tão poderoso de questionar uma instituição que só faz o bem?”, disse o deputado.
Ação orquestrada
Para o deputado, o fechamento de igreja e a invasão ao casamento pode ser uma ação orquestrada contra os evangélicos. Segundo ele, há informações de que outras duas igrejas em Araguaína já estariam na lista para serem interditadas nos próximos dias pela prefeitura. ‘O Brasil é um país laico (sem religião oficial), e como representante legítimo da sociedade eu vou defender o direito legal de todos. Nos dois casos de Araguaína tudo indica que não houve o respeito do Executivo”, afirmou.
O deputado disse ainda que teria recebido um telefone do prefeito Ronaldo Dimas. Na conversa entre os dois, segundo o parlamentar, o prefeito teria dito que o fato acontecido nos dois casos não foi com o seu consentimento. Dimas garantiu ao deputado que já foi aberto um procedimento administrativo para apurar os dois casos.
Ação Judicial
Com relação aos dois casos, o deputado Eli Borges, que é membro da Assembleia de Deus, em Palmas, os agentes públicos excederam os limites legais que autorizam a atuação pública, por isso deve entrar com uma ação por abuso de poder. A medida deverá ser ajuizada no Ministério Público e na Justiça Comum, segundo o parlamentar. Para Eli Borges, a atitude dos agentes públicos foi uma forma de aparecer. “Em algumas situações, aparecem alguns engraçadinhos querendo aparecer”, disse.
Fechamento da igreja
A interdição do templo ocorreu quando a Igreja Missão Vida Nova fazia uma programação especial de aniversário de fundação da igreja. Em nota, a Prefeitura informou que a interdição do templo teria acontecido porque populares haviam denunciado possível barulho da festa, além de uma recomendação do Ministério Público. Na ocasião, o juiz anulou a interdição afirmando que os critérios usados para a interdição da igreja violaram o artigo 14, do Próprio Código de Postura do Município. Segundo o magistrado, o ato praticado se deu sem qualquer respaldo técnico de medição do som produzido pela Igreja.
Invasão a um casamento evangélico
O outro fato que irritou o deputado foi a invasão a um casamento religioso evangélico realizado no Espaço Acqua. No dia do casamento, por volta das onze e meia da noite, cerca de dez policiais fortemente armados e fiscais da prefeitura entraram no local sem nenhuma autorização judicial, já que o local era particular. A atitude dos fiscais e policiais revoltou os convidados, noivos e familiares.
Fonte: Portal do Norte