Folha de S.Paulo diz que Eduardo Campos e Marina Silva fazem negociações finais para lançar Mário Lúcio a governador do TO
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O jornal Folha de S.Paulo divulgou nessa segunda-feira, 27, que PSB e Rede estão em negociações finais para anunciar o procurador da República Mário Lúcio de Avelar como candidato ao governo do Tocantins. Conforme a Folha, a ação seria parte da estratégia de Eduardo Campos e Marina Silva para lançar nos Estados candidatos não vinculados ao mundo político.
Contudo, a articulação se esbarra num detalhe: o PSB é hoje um dos principais aliados do governo Siqueira Campos (PSDB), e caminha para apoiar o candidato da base do Palácio Araguaia.
O secretário-geral nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que conversará ainda nesta semana com os dirigentes do partido no Tocantins para tentar contornar eventuais resistências.
"Temos a possibilidade de uma candidatura nova, em comum acordo com a Rede. Eventual resistência se vence porque há um projeto maior", disse Carlos Siqueira. Por integrar o Ministério Público, Mário Lúcio também tem prazo até abril para se filiar a um partido e disputar as eleições. "Estamos conversando. Estamos tratando das condições de natureza partidária e pessoal", afirmou ele ao jornal.
Perfil
Lotado há três anos no Ministério Público Federal de Goiás, Mário Lúcio Avelarpassou pelas procuradorias do Distrito Federal, Mato Grosso e Tocantins e atuou em alguns dos casos de corrupção mais rumorosos do País nos últimos anos.
Entre eles, o de Waldomiro Diniz (assessor da Casa Civil da Presidência que apareceu em vídeo cobrando propina da contravenção), em 2004, dos Sanguessugas (desvio de verbas federais da saúde), em 2006, e dos Aloprados (tentativa de compra por petistas de dossiê contra tucanos), também em 2006.
Mário Lúcio também foi, ao lado de outros colegas, o procurador da investigação contra fraudes na Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) que resultou na prisão de Jader Barbalho (PMDB-PA) em 2002.
Conforme a Folha, um dos pontos do currículo do procurador que mais agradam a Marina e seus aliados da área ambiental é sua atuação na Operação Curupira, da Polícia Federal, contra o desmatamento em Mato Grosso, em 2005. Na época, o Ministério do Meio Ambiente, comandado por ela, também participou da ação.
A busca de Eduardo Campos e Marina por nomes desvinculados da política tem como pano de fundo as manifestações de rua de junho passado, ocasião em que os políticos figuraram entre os principais alvos dos protestos.