Gaguim diz que partido “andou para trás”, pede “humildade” ao “PMDB autêntico” e cobra mais ação e menos palavras
CT
O ex-governador Carlos Gaguim, até poucos dias atrás opositor ao deputado federal Júnior Coimbra na briga pelo comando do PMDB, mudou radicalmente seu discurso e afirmou que, ao suspender a convenção da legenda marcada para domingo, 9, “mais uma vez o PMDB andou para trás”.
Gaguim chegou a criticar a postura do seu antigo grupo – a oposição ao atual presidente – afirmando que ao invés de ficar brigando e “batendo” no Júnior Coimbra, o “PMDB autêntico” – este é o nome da chapa encabeçada pela deputada estadual Josi Nunes, que disputaria com Coimbra o comando da sigla - deveria se voltar para o fortalecimento da legenda, visando as eleições de 2014.
Ele cobra mais ação e menos palavras do grupo. “Eles tinham era que estar andando pelo Estado. A gente não vê uma ação deles contra esse governo que está aí. Falam em base, mas ninguém vai para a base. Só eu, o Coimbra e o Dito é que estamos andando pelo interior. Eles só ficam em casa, no telefone”, atacou.
Ainda de acordo com Gaguim, o grupo opositor a Coimbra deveria “calçar a sandália da humildade”, deixar o deputado comandar o partido e sair em busca de pré-candidatos a deputados estaduais e federais, a fim de fortalecer a legenda para a próxima eleição, lembrando que o prazo para filiação daqueles que forem se candidatar em 2014 termina no início de outubro. “Falta só três meses. Eu espero que eles pensem melhor”, disse.
Sobre os argumentos dos peemedebistas opositores ao atual presidente de que a permanência de Coimbra à frente da legenda teria o intuito de levar a sigla para a base do grupo de Siqueira Campos (PSDB), Gaguim se disse certo de que o deputado federal quer que o PMDB tenha candidatura própria na próxima eleição. Segundo ele, Coimbra já explicou que a aliança com o governo do Estado se deu pontualmente, em alguns municípios, nas últimas eleições, e disse que é o grupo “PMDB autêntico” que está “querendo jogar o Júnior Coimbra para o Siqueira”. “Só leva [para a base siqueirista] se nós formos muito incompetentes. Se ficar batendo, brigando sem motivo”, disparou, defendendo que a sigla deveria se mostrar unida e deixar Coimbra ser o presidente.
Gaguim aproveitou para dar um exemplo aos colegas dos prejuízos que podem vir a ter se não forem “humildes”. Ele afirmou que hoje reconhece que perdeu a eleição em 2010 porque não deu o braço a torcer e insistiu numa briga com o peemedebista Moisés Avelino, atual prefeito de Paraíso. Avelino apoiou Siqueira Campos na eleição. “Eu perdi por três mil e quinhentos votos. O Avelino teve 35 mil votos lá. Era para serem meus e eu hoje seria governador”, disse, afirmando que hoje reconhece seu “erro”.
Ele também criticou o governo de Siqueira Campos, afirmando que se o PMDB se organizar, não terá motivo para sequer cogitar compor com este grupo nas próximas eleições. Afirmou que trata-se de um governo “com mais de 80% de rejeição, que não cumpriu nem as promessas de campanha”.
Pré-candidato
Gaguim também reforçou que seu nome está posto como pré-candidato a senador para 2014 mas que, ainda nesta onda de humildade, está ciente de que se houver qualquer restrição que possa impedi-lo de disputar, vai “continuar ajudando os candidatos do PMDB” e defendeu que este deve ser o espírito de todos os integrantes da legenda.