Leite apreendido era armazenado ao lado de latas de cerveja no RS

22/05/2013 15:00

Segunda fase da Operação Leite Compensado prendeu 3 nesta quarta.
Envolvidos adicionavam água e ureia ao produto para aumentar o lucro.

 

Felipe Truda Do G1 RS, em Rondinha

 
De acordo com a investigação, transportadoras adulteraram pelo menos 120 mil litros de leite nos últimos três meses.  (Foto: Felipe Truda/G1)
Leite foi encontrado ao lado de latas de cerveja no local (Foto: Felipe Truda/G1)

A propriedade rural onde foram presos três suspeitos de adulterar leite em Rondinha, no Norte do Rio Grande do Sul, tinha armazenamento precário do produto, de acordo com técnicos do Ministério da Agricultura que participaram da Operação Leite Compensado 2 na manhã desta quarta-feira (22). A segunda fase da investigação cumpriu mandados de busca e apreensão no município e em Boa Vista do Buricá, no Noroeste.

 

Em um dos galpões do local, foi encontrado um galão de leite ao lado de latas de cerveja, dentro de um congelador com água. Dois dos presos são irmãos e sócios da transportadora investigada por envolvimento na fraude. O terceiro é motorista da empresa. Além dos detidos, foram apreendidos três caminhões com cerca de 12 mil litros de leite, uma arma e notas fiscais de compra de ureia. Segundo o MP, o produto era adicionado ao leite na fraude.

A propriedade abrange uma casa, dois galpões, dois poços e uma garagem onde estavam os veículos. Por volta das 9h40, outro caminhão contendo leite chegou ao local. O líquido foi transferido a um dos veículos apreendidos. Técnicos do Ministério da Agricultura recolheram amostras do produtor para análise.

Atrás da casa, havia dois poços. Segundo o MP, o proprietário informou que um dos poços recebia água da Corsan, companhia responsável pelo abastecimento no estado, enquanto outro extraía água do solo. A investigação aponta que o leite era misturado a água de poço nos núcleos de Guaporé, na Serra, e Ibirubá, no Noroeste.

Dentro do galpão onde estava estocado o leite, havia sacos de adubo e ração para animais. Atrás do galpão, outras três vacas ficavam presas. Outro galpão continha material possivelmente usado no manejo do leite. Os itens foram recolhidos para investigar se havia ligação com a adulteração.

 

O esquema é semelhante ao encontrado nos outros núcleos já investigados: os envolvidos misturavam água e ureia ao leite antes de levar o produto para as empresas, para dar consistência ao líquido e lucrar mais na comercialização.

Em Rondinha, no Norte, foram cumpridos três mandados de prisão e três de busca e apreensão. Um dos suspeitos, envolvido também no núcleo de Ibirubá, já estava preso. Entre os presos estão os irmãos Antenor Pedro Signor e Adelar Roque Signor, sócios de uma transportadora, e o motorista Odirlei Fogalli, que trabalhava com a dupla.

Também foi decretada novamente a prisão de Daniel Riet Villanova, já detido no Presídio Estadual de Espumoso desde a primeira fase da operação. Em Boa Vista do Buricá, na Região Noroeste, serão realizadas buscas em caminhões, uma empresa e a casa de um empresário. A Justiça negou o pedido de prisão para um suspeito do município.


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