Palmeirópolis - Família questiona morte de Cabo Lacerda e suspeita de fogo amigo
Em entrevista ao portal T1 Notícias, a família do Cabo Lacerda, morto no dia 24 de setembro durante uma perseguição policial a bandidos que haviam assaltado um mercado em Palmeirópolis, está contestando as informações policiais acerca das circunstâncias em que o cabo foi morto. De acordo com o pai do cabo na entrevista ao site, "fizeram uma armadilha para matar meu filho".
Segundo o site, o irmão do cabo morto, Junior Dolglas Amaral, disse que o laudo da balística comprovou que o projétil que acertou o policial partiu de um revólver ponto 40, de uso exclusivo da polícia e não de um revolver 38, que segundo ele, foi a arma utilizada e apreendida com o bandido na ocasião. "Que foi a arma de um policial que acertou o meu irmão é fato. A balística prova isso. A pergunta é porque eles não contaram isso para a família? Se foi um acidente porque omitiram e disseram que o bandido tinha atirado nele durante uma troca de tiros? Quando aconteceu, cada PM contou uma versão diferente para a família", contesta o irmão da vítima ao site.
Ainda de acordo com o irmão do Cabo, a perícia recolheu apenas duas cápsulas de bala no local. E questiona se houve realmente uma troca de tiros com os bandidos. E denuncia ainda que o celular que estava no bolso da calça do seu irmão foi localizado a uns três metros do corpo, que também teria sido mexido, com as chamadas apagadas. Amaral, durante a entrevista ao site, afirma que o projétil na cabeça do irmão era de uma arma da PM.
Também levantou suspeitas dos bandidos assaltarem um supermercado que é de propriedade de um sargento da PM daquela cidade, levarem apenas R$ 300e ainda que os bandidos de Goiás terem vindo roubar um supermercado de pequeno porte aqui no Tocantins. Completa ainda afirmando que o pente da arma do irmão não foi encontrado com ele.
E questiona porque polícia esperou uma hora e meia depois do assalto para sair em diligência. "Eles esperaram meu irmão, que estava de folga, voltar de uma fazenda para que todos saíssem na busca dos outros dois bandidos. E depois de mais de 2h, localizaram os bandidos em um orelhão, distante 20km de Palmeirópolis, sendo que àquela altura, eles poderiam estar mais longe", questionou o irmão.
A família está providenciando alguns documentos para entrar com pedido de investigação no Ministério Público do Estado (MPE) e na Corregedoria da Polícia Militar.
Investigação
Para o portal T1 Notícias, a delegada de Polícia Civil do Estado do Goiás, Cynthia Christyane Alves Costa, que investiga o caso, informou que "a Polícia também trabalha com a hipótese de fogo amigo. Fora dos autos, já tínhamos conhecimento que um colega poderia ter atirado”.
Segundo a delegada, “as investigações foram prejudicadas porque a Polícia do Tocantins retirou o corpo do local antes que a perícia de Goiás fosse acionada. Quando fomos informados, o corpo já não estava lá”. Cynthia Christyane afirmou que o corpo estava em área do Estado do Goiás e, portanto, sob responsabilidade de investigação daquele Estado, explicou ao site.
O caso
O policial militar cabo Lacerda foi morto durante uma perseguição policial na divisa do Estado do Tocantins com Goiás. Segundo informou a PM na época, o policial teria sido acertado na nuca, por um dos bandidos, durante troca de tiros. Um dos suspeitos foi morto pela PM e os outros dois foram presos.
(informações T1 Notícias)