Polícia prende 28 traficantes do ABCD
Batizada de “Sintonia Fina”, operação serviu para desmantelar um dos grupos mais atuantes do estado
A Polícia Civil prendeu ontem 28 traficantes de uma das maiores quadrilhas de tráfico de drogas do estado, que tinha sua base financeira instalada em São Bernardo e atuava em quase todo o ABCD.
A ação fez parte de operação batizada de Sintonia Fina, cujas investigações foram iniciadas em janeiro e determinaram o cumprimento de 38 mandados de prisão temporária e 81 de busca e apreensão. Além dos criminosos, também foram apreendidos 10 Kg de cocaína e ao menos três veículos.
“Toda contabilidade do grupo era feita em São Bernardo, mas a atuação dos bandidos acontecia em todo o país”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Luiz Maurício Blazeck, sem revelar em qual bairro funcionava o quartel-general dos traficantes.
Organização/ Segundo Blazeck, quatro homens foram presos na cidade, mas as prisões também foram realizadas nos estados de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, de onde a droga era distribuída.
“Esta ação quebrou a espinha dorsal financeira de uma das quadrilhas mais perigosas do crime organizado paulista. Só não podemos dar mais detalhes, pois as investigações continuam”, ressaltou. ”
Bandidos podem ter ligação com a facção PCC
Durante a divulgação de informações da operação Sintonia Fina, o delegado seccional de São Bernardo, Valdomiro Bueno, deixou claro que os bandidos presos atuavam de maneira coordenada junto a uma forte facção do crime organizado paulista.
Apesar da óbvia dedução em torno do nome do PCC (Primeiro Comando da Capital), Bueno não confirmou a informação, mas deixou no ar que a organização teria participação direta na quadrilha desmantelada ontem.
“Não podemos confirmar alguns detalhes, pois as investigações irão continuar. O que adianto é que se tratam de bandidos que ocupam o topo da hierarquia criminosa”, afirmou o delegado, ao citar a participação dos presos em casos de roubos e sequestros, que financiaram o grupo.
O delegado também não confirmou a versão de que a interceptação de ligações realizadas de dentro do presídio Presidente Venceslau tenha ajudado nas investigações, conforme chegou a ser divulgado pela imprensa.
MAIS
Sigilo
Apesar de convocar coletiva de imprensa para falar sobre a megaoperação, delegados não revelaram oficialmente o nome dos criminosos presos.
Sigilo 2
Apesar de informações darem conta que um dos chefes da quadrilha coordenava as ações do grupo de dentro do presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, a polícia também não confirmou o fato.
38 mandados de prisão temporárias foram expedidos pela Justiça.
Fronteira
Segundo informações repassadas pela polícia, a droga revendida vinha principalmente do Paraguai e era distribuída na base mantida pelo grupo no Mato Grosso do Sul.