Presas podem ser liberadas por falta de espaço em cadeia de Figueirópolis
A Justiça do Tocantins ainda não decidiu o que fazer com as quatro mulheres que estão detidas na Central de Flagrantes de Gurupi. A Cadeia Feminina de Figueirópolis, sul do estado, não tem capacidade para recebê-las. Enquanto isso, elas dividem espaço na cela, que está com parte do teto descoberto e dormem em apenas dois colchões.
As detentas reclamam das condições da Central de Flagrantes. O vaso sanitário fica dentro da cela e para tomar banho elas usam uma mangueira. Uma delas está no local há quase um mês e diz que nem todos os dias é possível tomar banho. "Há dias que a gente não toma banho porque não nos levam para usar o banheiro que tem chuveiro. A gente toma banho aqui com a mangueira. Se chover, a gente se molha. Além disso, há apenas dois colchões para quatro mulheres e a comida fica perto do vaso sanitário", relata uma das presas.
Outra detenta revela que algumas necessidades fisiológicas são feitas dentro de uma sacola. "O banheiro não dá descarga, está entupido. Nós urinamos no vaso, mas fazemos outras necessidades na sacola e eles jogam no lixo."
Por causa da alimentação, elas contam que já passaram mal várias vezes. Mas, nunca foram levadas para o hospital, já que nenhuma policial mulher faz o acompanhamento.
As presas deveriam estar na Cadeia Feminina de Figueirópolis, região sul do estado, mas a estrutura conta com apenas duas celas, com capacidade para quatro mulheres em cada. Atualmente, 30 mulheres estão presas na cadeia. O local está superlotado e por isso não pode mais receber detentas.
O Ministério Público levou o caso para a Secretaria de Defesa Social, responsável pelo sistema prisional do estado e propôs um acordo para que uma nova cadeia fosse construída em Gurupi. O Estado alegou que não teria verba suficiente para arcar com a obra.
"Diante da situação, eu oficiei o Secretário de Defesa Social na tentativa de solucionar o problema o mais rápido possível e questionei se havia interesse de firmar um compromisso com o Ministério Público para a construção de uma unidade prisional aqui em Gurupi porque não há, no sul do estado, um local para abrigar estas presas.
Por meio de ofício, a secretaria nos comunicou que não havia uma previsão orçamentária destinada à construção de uma unidade feminina ou masculina em Gurupi", afirma a promotora de Justiça, Poliana Dias Alves.
Em nota, a Secretaria de Defesa Social, afirma que o departamento do sistema prisional, aguarda uma ordem judicial para realizar o remanejamento das detentas para uma unidade prisisonal feminina. A nota ressalta ainda que a conclusão da obra da cadeia pública de Talismã vai atender a demanda de vagas femininas na região sul do estado, mas não diz quando a obra será concluída.
Fonte: Folha Do Tocantins