PT terá duas vagas no grupo de trabalho da reforma política
Após determinar na semana passada um limite de um deputado por partido, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta segunda-feira (15) que o Partido dos Trabalhadores (PT) terá dois assentos no grupo de trabalho que terá a tarefa de elaborar uma proposta de reforma política.
A limitação das vagas havia gerado um impasse dentro do PT, maior bancada da Casa, entre os deputados Henrique Fontana (PT-RS) e Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Alves justificou a mudança de sua própria orientação ao fato de o PT possuir a maior bancada da Câmara. De acordo com o peemedebista, as demais bancadas da Casa terão apenas uma vaga no grupo.
O deputado do Rio Grande do Norte também anunciou nesta segunda que convidou o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) para ser o coordenador do colegiado que irá apresentar, em três meses, sugestões de mudanças no sistema político e eleitoral brasileiro. A confirmação do parlamentar paulista, entretanto, ainda depende do aval da cúpula petista.
Segundo Alves, o presidente nacional do PT, o deputado estadual Rui Falcão (SP), ficou de ligar para ele nesta segunda para informar se a sigla aceitará a indicação de Vaccarezza para o posto. Relator de diversos projetos de reforma política nos últimos dois anos, Fontana pleiteava a função de coordenador do comitê.
“[O PT] é o partido que possui a maior bancada da Casa, e terá dois lugares neste grupo de trabalho. Terá o representante da bancada, que eu espero que seja o Henrique Fontana, pela sua qualidade e competência. Ele deveria interpretar os pensamentos do partido sobre a reforma política. E eu convidei o líder Vaccarezza, pela sua experiência nesta Casa, pelo seu bom relacionamento com todos os partidos, para coordenar. A função claríssima de coordenador”, disse o presidente da Câmara.
Instalação suspensa
Na última quarta (10), dia em que o comitê foi criado, Henrique Alves teve de suspender a instalação do colegiado por conta da divergência entre Fontana e Vaccarezza. Os dois petistas disputavam entre si a indicação para a vaga reservada ao PT no grupo e também pleiteavam a função de coordenador.
Inicialmente, a liderança do PT havia avalizado a presença de Fontana para o grupo devido à experiência que ele acumulou nos últimos dois anos como relator das propostas de reforma política. Alves, no entanto, surpreendeu os petistas na última semana ao indicar Vaccarezza para a presidência do colegiado.
Incumbido de tentar administrar a divergência entre os dois parlamentares petistas, o líder do PT, José Guimarães, disse ao G1 nesta segunda, antes da reunião dos coordenadores da bancada, que a “tendência” é que Fontana e Vaccarezza sejam mantidos no grupo.
“A tendência é manter os dois. Como é que o presidente da Casa diz isso e nós vamos dizer não”, ponderou José Guimarães.
O deputado cearense relatou ainda que a sigla montou uma espécie de “força-tarefa” para tentar convencer Fontana a atuar no colegiado mesmo sob a presidência de Vaccarezza. Na semana passada, o parlamentar do Rio Grande do Sul havia sinalizado que poderia deixar o comitê caso o correligionário fosse mantido na coordenação do colegiado.
Fonte.: G1