Revoltas deixam 27 mortos na região de Xinjiang na China

26/06/2013 09:22

Grupos armados com facas atacaram delegacias e prédios do governo.
Entre os mortos estão policiais, guardas de segurança e civis.

 

Da EFE

 

Pelo menos 27 pessoas morreram em confrontos nesta quarta-feira (26) entre a população local e a polícia na região chinesa de Xinjiang, onde vivem minorias étnicas de religião muçulmana como os uigures.

Os distúrbios começaram por volta das 6h locais (19h de Brasília da terça-feira, 25) na cidade de Lukqun, quando grupos armados com facas atacaram as principais delegacias e edifícios governamentais da cidade, segundo a agência oficial "Xinhua".

Até então, 17 pessoas - entre elas nove policiais e guardas de segurança e oito civis - foram assassinadas antes que a polícia interviesse e matasse outras dez pessoas que supostamente teriam cometido os ataques, de acordo com a "Xinhua".

Fontes policiais citadas pela agência oficial chinesa afirmaram que três pessoas foram detidas e que as forças da ordem estão perseguindo outras que conseguiram escapar.

Outras três pessoas ficaram feridas durante os enfrentamentos e foram transferidas para um hospital.

Há dois meses, um incidente similar aconteceu nos arredores de Kashgar, na mesma província e principal cidade da etnia uigur, muçulmanos descendentes de povos da Ásia Central e uma das mais numerosas em Xinjiang.

Naquele incidente, 21 pessoas morreram por causa de um enfrentamento entre as autoridades e a população local quando vários policiais invadiram uma casa à procura por armas e encontraram "vários suspeitos", informou então o governo local.

Xinjiang é uma das províncias da China onde ocorrem conflitos étnicos, assim como o Tibete. Nessas províncias são frequentes as tensões entre minorias como os uigures e os chineses da etnia han, que são maioria na China.

Enquanto Pequim defende um maior controle na região para fazer frente ao que denominam como "grupos separatistas, extremistas e terroristas", os residentes de etnia uigur criticam o aumento da presença policial e das discriminações que sofrem pelos cidadãos da etnia han.

Grupos no exílio como a Associação Americana Uigur (UAA) denunciam a "repressão religiosa e cultural" sofrida por eles.

Xinjiang foi em 2009 o centro do pior conflito étnico na China das últimas décadas, quando diversos protestos de uigures nas principais ruas de Urumqi - a capital regional - se transformaram em violentos enfrentamentos com membros da etnia han que terminaram com cerca de 200 mortes.

 


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