Senado americano confirma novo diretor do FBI
Indicação de James Comey, ex-número dois do Departamento de Justiça no governo George W. Bush, foi aprovada por 93 votos a favor e só um contra
Mais de um mês após a indicação de James Comey para comandar o FBI, o Senado confirmou seu nome para dirigir a polícia federal americana. Sua indicação foi aprovada por 93 votos a favor e apenas um contra. Ele vai substituir Robert Mueller, que assumiu a direção do FBI apenas uma semana depois dos ataques terroristas de setembro de 2001 e transformou o órgão de um equipamento de combate ao crime a uma agência de contraterrorismo.
Comey foi o número dois do Departamento de Justiça durante o governo George W. Bush, função destacada por Obama ao indica-lo para dirigir o FBI, lembrando o episódio no qual Comey se opôs à forma como os programas de vigilância eletrônica eram conduzidos pelas agências de inteligência. Em 2004, quando substituía o secretário de Justiça John Ashcroft, ele ajudou a impedir a renovação de um programa de coleta de informações que havia ultrapassado a autoridade legal do presidente George W. Bush. O fato foi capitalizado por Obama, que enfrenta fortes críticas depois que o ex-consultor da Agência de Segurança Nacional Edward Snowden revelou detalhes sobre as longas garras do governo sobre as informações de milhões de pessoas, nos Estados Unidos e em outros países, inclusive o Brasil. Nesta segunda, Obama comemorou a aprovação e declarou que Comey é “um líder natural de integridade inquestionável”.
Durante sabatina na Comissão de Justiça do Senado, no dia 9 deste mês, o indicado defendeu os programas secretos de vigilância do governo americano. “Eu sei que, em geral, a coleta e análise de metadados é uma ferramenta valiosa no combate ao terrorismo”.
Obstáculo – O único voto contrário foi dado pelo senador republicano Rand Paul, que vinha adiando a votação ao pedir mais informações sobre o uso de drones de vigilância pelo FBI em território americano. O congressista disse ter recebido duas cartas do FBI respondendo aos seus questionamentos. Um dos pontos destacados pelo senador foi o fato de não ser necessário um mandado para deslocar os drones, situação com a qual Paul disse discordar.